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                   Foto:  www.youtube.com 
                     
                    BOSCO CENTENO 
                    ( Nicarágua ) 
                    
                  Jinotepe,  1954- Nicaragua.  
                    Depois de estudos secundários na cidade natal, se dedicou pela vida camponesa,  foi viver no arquipélago do lago da Nicarágua e logo se incorporou à comunidade  de Nuestra Señora de la Solentiname.  
                  Participou  da luta armada da Frente Sandinista.  
                    Prêmio de Poesia do Ministério da Cultura, com se livro Puyonearon los  granos (1984). 
   
                    Foi oficial do Exército, chegando a tenente-coronel, mas voltou à vida civil e  camponesa de Solentiname.     
                    Bosco Centeno foi um amigo próximo do poeta e sacerdote nicaragüense  Ernesto Cardenal.  
                    
                  
                  MELLO, Thiago de.  Poetas da América de canto castellano.  Seleção, tradução e notas de  Thiago de Mello.  São Paulo: Global,  2011.  495 p.  N. 02 811 
                    Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda 
                   
                                                                      
                   OS  PATOS   
                     
                    Os  patos-agulhas com o  
                      bico longos e negro 
                      grasnam e sacodem as asas, 
                      pegam as sardinhas da água. 
                      E os machos brigam. 
                      As patas mais estilizadas e  finas 
                      de cauda mais comprida, 
                      que estão nos ramos 
                      com as asas abertas ao sol,  dormem. 
                      E os filhotes negros e  peludos 
                      abrem o bico esperando sua  comida 
                      no ilhote 
                      o dia inteiro. 
   
 
                   COMO O SALTO RÁPIDO DO SÁBADO 
                     
                    Como o salto rápido do  sábado nas tardes de maio 
                      e as estrela fugazes nas noites de  verão: 
                      assim foi o nosso amor. 
   
   
  CONFUNDIDOS NA NOITE  
   
  Na noite  confundido pela noite 
    como tigres na espreita 
    ouvindo o latido acelerado do nosso coração 
    mosquitos passando com roncos de aviões 
    não se sentem as suas picadas 
    o fuzil bala na agulha, sem seguro 
    com pulso firme decidido 
    e passam sombras de capacete e fuzis uma e outra e outra e outra... 
    e o disparo, seguido de muitos outros, cala os sons da montanha 
    e vivas a Sandino e Monimbó 
    da Pátria Livre ou Morrer 
    a pólvora que seca a garganta, 
    alongando-se o tempo e o silêncio rasgado por 
    gritos pedindo clemência 
    saindo dos matagais sempre vigilantes 
    recolhendo fuzis, documentos 
    curamos os guardas feridos 
    e silenciosos desaparecemos na montanha. 
                    
                  * 
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                  Página  publicada em março de 2025. 
                                                                     
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